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quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Fita Branca (ou sobre povos e ditadores).

Os ditadores sempre são vistos como demônios históricos que usurparam o poder. Vide Napoleão, Hitler, Stalin, Fidel, Pinochet e nossas ditaduras, de Vargas e a militar.

Criou-se, assim, a falsa idéia de que ditadores nunca têm apoio do povo, inclusive para subir. Isso pode ser válido em duas circunstâncias: 1- em países com guerra civil contínua e sem expressão política, como alguns países africanos e 2- quando a ditadura se desgasta, e o país começa a naufragar. Embora não possamos culpar completamente o povo por esse erro (a Alemanha de Hitler, humilhada, vivia uma das piores crises quando ele subiu nos braços do povo, e Fidel e os soviéticos subiram quando o povo de suas nações vivia na mais completa miséria e exploração) é equivocado querer inocentar toda uma população. É errado achar que todo mundo é vaca de presépio ou fazer do ditador o estelionatário, ilusionista e enganador, único expiador de nossas culpas. Como já disse, Hitler, Fidel e os soviéticos subiram sem apoio? Stalin, ao morrer, deixou milhões chorando, acotovelando-se no seu enterro, muitos morrendo sufocados ou pisoteados querendo ver o corpo do ditador.

Acaba uma ditadura, passa o tempo, os esqueletos aparecem e todo mundo se faz de horrorizado, dizendo que não apoiava fulano nem sicrano. O povo quer é se inocentar e cair fora da sua responsabilidade de colocar e dar apoio a um demônio no poder. No nosso país, amaram tanto Vargas que votaram nele posteriormente. Na minha infância, enquanto a economia brasileira ia bem, a maioria apoiava o horrendo regime militar e a minoria queria outra ditadura, a comunista. Na minha juventude, éramos quase todos comunistas. No final, a maioria queria mesmo era democracia e votar. E ainda não aprendemos, vide Collor, FHC e Lula, a preferência nacional. Alguém duvida que a maioria do povo que votou em FHC também votou depois em Lula? E vai votar em Serra? Não temos coerência nem padrão. Parece que sempre foi assim e entregamos desde a nossa cidade até a nação ao sabor das ondas, para ver no que vai dar, conforme o egoísmo ou ignorância de cada eleitor. Já comentei essa ignorância política e o apoio momentâneo egoísta do povo no tópico “Às vezes eles voltam”. Mas, não se iludam. Não existe um regime sem povo que lhe dê respaldo. Até Alexandre, o Grande, sabia como agradar o povo conquistado e os seus soldados e por isso criou um império que se expandiu tão rápido. A fita branca refletia no filme do mesmo nome uma pureza que não existia. Uma ilusão. Vamos, pois, usar todos fitas brancas!

PS irônico: Muito simples resolver o problema da rejeição da nação à convocação da selecinha do Dunga: bota o presidente Lula como técnico. Quem ele convocar, a grande maioria do povo anencéfalo apóia. Se ele perder, alguém sempre vai assumir a culpa em seu lugar e mesmo assim terá o apoio da nação. Se ele ganhar, vira santo. Pronto! Resolvido o problema! Aliás, se o povo pensasse em discutir coisas úteis e policiar o governo como policiam o técnico da selecinha, seríamos um país de alto nível.

2 comentários:

Anônimo disse...

De Jânio: Concordo mais uma vez, mestre. Mas como poderemos aferir a responsabilidade de cada povo? Tarefa complexa...

E seu PS está também ótimo. Lula para técnico seria perrfeito.

Sérgio Ricardo disse...

Concordo que é complexa. Principalmente qundo o país está dividido, como em países africanos, e quando a ditadura parte de uma minoria oligarca e dominante, como era a do Iraque ou de algumas nações dominadas por outras (às vezes). Mas nos casos exemplificados, não. Mais uma vez grato pelas seus bons comentários amigão!

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