English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fim.

-Este blog chega, feliz ou infelizmente, ao seu fim. Pode ser que um dia, quem sabe, retorne.
-Aos amigos e a todos aqueles que aqui estiveram, meus agradecimentos.
-"Nada a perder, para quem não tinha nada a ganhar."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os Bórgia: a série, corrupção no papado e quem seria a besta do apocalipse.


Pela primeira vez no blog falo de uma série. Porque ela, pelo menos no episódio piloto, promete ser uma das melhores de todos os tempos, estando com avaliação de 9,3 no famoso site referência de qualquer cinéfilo, o imdb.com. A série é simplesmente excelente, com cenário perfeito, atores muito bons, com destaque para o grande Jeremy Irons, um ator de peso, um dos meus prefridos, que merecia ser resgatado aos holofotes e sob boa direção, mostrando e esbanjando todo o seu talento e sua capacidade interpretativa como Rodrigo Bórgia, que se tornaria o papa Alexandre VI, em meio a grande corrupção, com compra de votos, favorecimentos e, posteriormente, assassinatos vis. O papa espanhol tinha em seus filhos(!), Cesare Bórgia (mundano, promíscuo e cúmplice de asassinatos, nomeado por ele como cardeal, pasmem) e Juan Bórgia seus braços direitos na execução dos seus malévolos planos. Sua filha, Lucrécia Bórgia (interpretada pela jovem Holliday Grainger, que vai ter uma responsabilidade imensa pela fente e pode ser o ponto fraco da série, a julgar pela atuação até agora apagada), tornou-se, paradoxalmente, o mais famoso historicamente dos Bórgia, por ser uma mulher envolvida em diversos assassinatos de maridos, incesto e devassidões (exageradas, a bem da verdade, graças à peça escrita por Vitor Hugo e às sátiras de Filolia, escritor patrocinado pelos Orsini, principais inimigos dos Bórgia).

A série já começa mostrando tudo isso, começa “matadora” como diriam os jovens. O papa não apenas se contentava com a mãe dos filhos, como também tornou-se amante da jovem Giulia Farnese (interpretada por Lotte Verbeek), que teria influência enorme na formação corrupta de Lucrécia. Alexandre VI para se manter no poder, diante de tamanha corrupção, aumenta o número de cardeais em 13, para poder, por nomeá-los, manipulá-los. Parece que fez escola para muitos presidentes brasileiros...

Quem tiver interesse na vida dos papas, pode encontrar material em diversos livros históricos, e em livros como “A Vida Sexual dos Papas” de Nigel Cawthorne e “A História Revelada dos Papas” da editora Larousse , “História dos Papas: Santidade e Poder” de Luis Tomas Melgar, “A História Secreta dos Papas” de Brenda Ralph Lewis e outros mais, ou, se preferir algo menos sofisticado, http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_papas_sexualmente_ativos.

Algumas frases impagáveis do episódio:

1)“Vocês lutarão como cães, sobre esse corpo que deixo, pelo trono de São Pedro (...) que maculamos com nossa luxúria e cobiça.” (papa Inocêncio VIII, moribundo papa antecessor, que já tivera dois filhos antes de entrar para o clero, tendo praticado nepotismo).
2)”À noite sou o que quero ser, duarante o dia sou clérigo.” (Cesare Bórgia, após sair da cama de uma de suas inúmeras amantes).
3)”Se fracassarmos na primeira votação, vou enviar uma mensagem nas asas de uma pomba com os nomes dos cardeais que precisam de persuasão, com propriedades, benefícios, e, se necessário, de ouro.” (Rodrigo Bórgia, que seria mais tarde eleito papa subindo de 4 votos na primeira eleição, para 14 na última...).
4)”Voto de pobreza? Deus me livre!” (Rodrigo Bórgia, já como papa Alexandre VI, ao ser inquirido pela mãe de seus filhos se, por pretender fazer voto de castidade – que nunca cumpriu, é claro - faria também voto de pobreza, tanto que mandou construir um novo trono laminado de ouro e incrustar de ouro a carruagem dos seus filhos e da mãe deles). Inspirou diversos sacerdotes das mais diversas religiões. Alguns parecem ter feito voto de RIQUEZA e prosperidade (e ainda têm cara de pau de blasfemar dizendo qeu o que receberam foi de Deus e não do dízimo e gordas ofertas dos ignorantes fiéis, com a mente mais lavada que lençol de hotel 5 estrelas)...
5)” Temos que ligar nossos inimigos a nós. Tornando-os nossos amigos.” (papa Alexandre VI, e não FHC ou Lula, como podería o leitor confundir).
6)” Se você alguma vez encontrar-se na necessidade de conforto espiritual na sua solidão, não deve ter receio de se beneficiar disso.” (papa Alexandre VI àquela que em pouco tempo se tornaria sua amante, Giulia Farnese, referindo-se à passagem secreta do palácio do falecido cardeal Orsini, apropriado por ele e dado como exílio, entenda-se luxuosa moradia, a ela; Giulia lhe responderia que a passagem era de duas vias, convidando-o para, digamos, “atividades de quarto fechado”).

Mas o que isso teria a ver com a besta do apocalipse? Segundo algumas religiões cristãs protestantes, temos os seguinte:

1- Conforme a Bíblia, em Daniel 7, uma besta se ergueria com dez chifres e “os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá três reis.” A relação é feita com o papado, que surgiu após a derrotar os Ostrogodos, os Vândalos e os Hérulos, 3 das 10 tribos que se estabeleceram com as invasões bárbaras. Ainda temos que o chifre “proferirá palavras contra o Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei...", coisa que, segundo alguns protestantes, a igreja católica fez, ao introduzir livros apócrifos na Bíblia, mudar os mandamentos na catequese e promulgar o papa como não só representante de Jesus Cristo, mas o próprio em carne e autoridade.
2- O livro de Apocalipse cita que a besta seria ferida de morte, o que aconteceria com a prisão do papa por Napoleão e a dissolução do Vaticano como soberano, mas essa ferida seria curada, o que teria acontecido com o tratado de Latrão assinado por Mussolini, dando soberania ao Vaticano.

Deixo as conclusões disso com o leitor. Apenas lembro que o mal, o diabo, esconde-se onde seria mais insuspeito. Desde já confirmo que não pretendo criar polêmica nem desrespeitar religião nenhuma neste blog, apenas veiculando informações e opiniões existentes e fartamente encontradas em livros e na internet.

domingo, 3 de abril de 2011

A unha encravada e a medicina na Bahia.


Confesso que não sou chegado a sensacionalismos, mas não posso deixar passar em branco o que vem acontecendo com a minha esposa. Por preferir utilizar o seu convênio, foi a uma clínica no Barbalho, o INSBOT, há cerca de pouco mais de 2 semanas, para resolver um simples problema de unha encravada. O médico de plantão, pasmem, não se achou capacitado (foram suas próprias palavras) para resolver o problema (!!!). Passou antibióticos inúteis, como é de praxe e mandou-a fazer um curativo dos mais simples, que, de tão bem feito, ao chegar em casa, caiu em bloco... Aconselhei que ela fizesse o procedimento comigo, que providenciaria com amigos o que fosse necessário, mas ela, temendo talvez possíveis complicações envolvendo um médico tratando um ente querido, resolveu que, mesmo não duvidando da minha competência, preferiria esperar.

Antes de mais nada, não consigo entender como médicos atendem pacientes sem medir a pressão arterial, o básico dos básicos, não interessando qual a sua especialidade, seja oftalmologia, otorrino, etc. Também não consigo compreender de onde surgiu tamanha falta de competência da maior parte dos médicos. Engraçado que eu, quando simples interno de CLÍNICA MÉDIA (repito, não de cirurgia), passava intracath em meus pacientes internados, realizava pequenas cirurgias, entubava e retirava unhas encravadas até de vizinhas diabéticas, na própria residência delas (sem cobrar um tostão), sem nenhuma ocorrência de complicações. Quando residente recém formado, aprendi SOZINHO COM MEUS LIVROS (parece até título de filme ou romance) a realizar punções e biópsias articulares, punções abdominais e torácicas, sem, repito, nenhuma complicação posterior. Não que eu fosse ou seja grande coisa. É que algo pior aconteceu de lá para cá que eu ignoro. Aumento indiscriminado das vagas nas faculdades? Preguiça ou má vontade? Piora do ensino (teoria da qual duvido, pois não aprendi quase nada na faculdade)? Leniência dos professores fazedores de média? Baixos salários da classe, obrigada a ter 1001 empregos?

Mas o drama não parou por aí. Ontem, minha esposa procurou atendimento pelo mesmo problema na emergência do Hospital Salvador. O HS, às portas de fechar, não a atendeu porque não tinha cirurgiões de plantão (ou seja, a maioria dos clínicos ignoram totalmente como tratar unhas encravadas...). No Hospital Santo Amaro não faziam atendimentos de emergência. Voltou ao mesmo INSBOT, mas o médico disse que não poderia realizar o procedimento, pois a clínica (que tem um serviço de EMERGÊNCIA) não permitiria mais àquela hora (em torno de 18:00 horas!).

Isso me fez lembrar, claro que de forma reduzida, o martírio que passou minha mãe antes de morrer. O distinto chefe da Angiologia do Hospital São Rafael (hospital dividido em feudos – ou seja, mesmo pagando o seu convênio, você não pode escolher o seu médico se ele não for do hospital, tendo que aceitar, de qualquer forma, as imposições deles) ao realizar uma angiografia, tratou-a grosseiramente, não respondeu ao que lhe perguntei (sabendo que tratava com um colega, e, antes de qualquer coisa, com um ser humano que vivia uma aflição), apenas limitando-se a dizer “cavalarmente” que o caso era gravíssimo e eu que procurasse respostas com o médico dela... Ao realizar a cirurgia (muito bem feita, por sinal), padeceu pelo retardo da UTI do Hospital Salvador, à época, em entrar com um procedimento de diálise, por questões de autorização ou não do convenio (ou seja, a vida do paciente não é nada diante de cifras). Esse atraso de um dia inteiro levou minha mãe a desenvolver um edema pulmonar um acidente vascular encefálico e padecer até a morte por semanas na referida UTI. Isso sem falar da usual escara de decúbito infectada, que a levou à sepse, retrato máximo da negligência dos nossos queridos hospitais, que deveriam receber processos por isso, mas parece que os advogados ou os pacientes ignoram os direitos, em um país onde escara de decúbito em pacientes internados é considerada surrealisticamente normal...

domingo, 27 de março de 2011

Inside Job.

Nem sequer comentei nenhum filme concorrente ao Oscar, pois achei todos fracos, com exceção (com restrições) de Bravura Indômita (mas era refilmagem) e Cisne Negro (regular apenas). Quando vi um filmeco besta como “A Rede Social”, sério candidato a futuras sessões da tarde, concorrer com empáfia, mostrando como a equação bando de imbecis somados = um ou poucos milionários (lembra até o carnaval baiano) é verdadeira, confesso que desanimei. Fora alguns Oscars justos para atores, também desanimei quando vi os concorrentes de Toy Story 3 para melhor animação (como já havia dito, não consegui entender a pouca projeção do grande e irreverente “Megamind”, que sequer concorreu). Até os filmes estrangeiros não chegaram na sombra dos concorrentes do ano passado.

Mas eis que me deparei com o ganhador de melhor documentário e tive uma grata surpresa: foi disparado o que teve de melhor no Oscar. Talvez, nos últimos anos até. Monumental, grandioso e outros adjetivos superlativos e redundantes. Qualquer outro documentário, inclusive o brasileiro, não teria mesmo a mínima chance diante desta obra prima. Recomendo que todos vejam com atenção o filme, especialmente os economistas e os que se dizem políticos.

Resumindo: A crise das empresas “feitas de ar”, as “pontocom”, em 2001, levou o FED a piorar a desregulação. Barateou empréstimos e financiamentos para encorajar consumidores e empresas a voltarem à gastança desenfreada. Isso se refletiu na compra de imóveis e no sistema de hipotecas, com as pessoas hipotecando suas casas a rodo, para comprar mais imóveis e continuar hipotecando. Grandes empresas hipotecárias começaram a emprestar dinheiro para uma classe de maus pagadores e inadimplentes (“subprime”, como são chamados). Absurdo foi tanto que a Fannie Mae e a Freddie Mac (duas grandes hipotecárias) detinham quase metade dos US$12 trilhões (sim, trilhões) em hipotecas dos EUA. Quatro em cada cinco hipotecas eram revendidas, com o descalabro de somente uma permanecer com o credor original. As financiadoras desse crédito venderam essas carteiras de dívidas para bancos de investimento. Os investidores recebiam o valor emprestado e mais o juro que, no segmento “subprime”, é bem maior, pois maior o risco, maior o retorno. O aumento de juros do FED, os não pagamentos de hipotecas e a crise de confiança que surgiu. Os bancos, com uma alavancagem praticamente do tamanho de um planeta, começaram a ter problemas de insolvência. O tradicional banco de investimento estadunidense Lehman Brothers, fundado em 1850, faliu. Em poucos dias falia também a maior empresa seguradora dos Estados Unidos da América, a American International Group (AIG). Não se pode “segurar” nada quando faltam cordas e braços...

O governo norte americano, que se recusara a oferecer garantias para que o banco inglês Barclays adquirisse o controle do cambaleante Lehman Brothers, alarmado com a rápida “metastatização” da crise falimentar, resolveu, em vinte e quatro horas, injetar oitenta e cinco bilhões de dólares de dinheiro público na AIG, para salvar suas operações. A crise logo atingiu o mundo inteiro. O ambiente de pânico generalizado era tanto, como mostra o filme, que a queda monumental no preço de um montante de imóveis levou a uma desvalorização generalizada dos preços de praticamente todos. Para evitar o colapso total, o governo norte-americano reestatizou as agências de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac, privatizadas em 1968, por tempo indeterminado. Como disse George Soros no filme em questão: compare a economia a um enorme navio petroleiro; ele não afunda com o balanço do mar que desloca a grande quantidade de petróleo no seu interior, pois é compartimentado; no momento em que os compartimentos quebram ou se interligam, ocorre a catástrofe.

“Inside Job” mostra as origens da crise econômica de 2008, o que foi ela e como ficou a situação após ela. A crise que teve a sua origem, na verdade, já com a desregulamentação do sistema financeiro americano na era Reagan (e não em 2001), foi se configurando nos governos posteriores. E vai continuando, com intervenções fracas ou inócuas do governo Obama, que chegou ao descalabro de nomear pessoas envolvidas diretamente em fraudes e no pivô da crise para cargos importantes, mostrando que republicanos e democratas trabalham juntos para os mesmos patrões. Ninguém envolvido praticamente sofreu punição nenhuma e muita gente pulou do barco mais milionária ainda.

O grandioso documentário é de uma contundência mordaz já no cartaz, quando diz “The film that cost over U$ 20,000,000,000,000 to make”. Nem a lavagem de dinheiro dos bancos com cartéis de droga, grupos guerrilheiros e prostituição deixa de ser mostrada. Os digníssimos executivos colocavam despesas com drogas e com prostitutas como despesas de trabalho, pagas pelos bancos, ou melhor, pelos investidores e posteriormente pelos contribuintes. Com narração de Matt Damon, o filme não só nos mostra a crua situação econômica em que vivemos, como também nos leva a várias reflexões:

1- Há algo de podre no sistema democrático capitalista. Parece cada vez mais absurdo viver em um sistema que não controla mais nada, permite especulações de derivativos a rodo, engodo dos investidores, corrupção solta aliada ao governo e que, principalmente no Brasil, deixa pessoas miseráveis ter filhos às pencas, deixa os transportes coletivos à míngua para regozijo das montadoras e dos engarrafamentos e vive com um poder legislativo que só faz besteiras respaldado por um judiciário leniente. Mas, então, qual seriam as alternativas ao sistema democrático capitalista, onde muito poucos levam "o melhor", poucos levam a melhor e a maioria sustenta tudo isso ou nem sequer se sustenta? Temo e tremo só de pensar em algumas...

2- Cada país é um universo diferente. As privatizações massacraram e afundaram a Islândia, como é mostrado de forma dramática no início do filme. As privatizações bancárias foram catastróficas, com o absurdo de banqueiros tomando milhões emprestados de forma escusa dos seus próprios bancos, mergulhados em uma alavancagem brutal, para comprar suas luxuosas posses, nunca pagando de volta, levando-os à falência.

3- Sim, caro amigo. Eu, você, a garotinha mais ou menos bonitinha da escola, qualquer cidadão comum e também o bando de pessoas que se acham grande coisa, desde alguns pedantes professores e pesquisadores (de nada) universitários, escritores, atores e cantores medíocres de sucesso duvidoso e até exibicionistas de facebooks, orkuts, youtubes e BBBs da vida, não passamos de nada, de amebas em meio a paramécios e bactérias, quando comparados aos gigantescos tubarões e orcas que mandam e desmandam no mundo. Se alguns pobres coitados pensam em alguns milhares ou milhões em toda a sua vida, esses predadores monstruosos trabalham com milhões ou bilhões no seu dia a dia e não fazem muita questão de aparecer ostensivamente. Aparecer é para a gentalha e os “bregas”. Os que acreditam que influenciam gente mais acéfala ainda. Por isso o ser humano recorre a Deus, para acreditar que alguém se preocupa com ele. Não fosse assim, enlouqueceria.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O jogo que me fez gostar de futebol.


Pode parecer estranho, mas o jogo que me fez gostar de futebol não foi assistido em um estádio. Não tinha meu time presente. Foi assistido em uma televisão ainda em preto e branco, em 1975, quando eu tinha já dez anos. Mas tinha dois grandes times de cada lado, como não existem mais no nosso Brasil. Mas tinha um verdadeiro futebol, que me encantou para sempre, que jamais saiu de minha memória. Um futebol onde havia craques de verdade, jogadores que jogavam duas a três vezes por semana e não se cansavam nem se contundiam. Público de verdade, que lotava estádios. Juízes que, apesar das mesmas deficiências de sempre, não prendiam o jogo marcando faltinhas ridículas e distribuindo cartões a rodo. Não havia boicotes escandalosos de jogadores, desmanches de times, mudanças sem sentido de camisas e escudos para vender uniformes a preço de ternos finos. Mas tinha, sobretudo, meu pai do meu lado. E torcíamos neste dia para o mesmo time ganhar.

Era um domingo. Dia 07 de dezembro de 1975. As semifinais do campeonato brasileiro eram disputadas entre os dois melhores colocados de dois grupos de oito times, em partida única na casa dos primeiros colocados. A partida em questão era entre o Fluminense, chamado “A Máquina”, tamanho seu poder de destruição, primeiro colocado no grupo A (o segundo foi o Cruzeiro) e o Internacional, um dos maiores times que jamais existiram nos anos 70, segundo do grupo B (o primeiro foi o Santa Cruz, à época o rei do Norte-Nordeste). O cenário era o Maracanã, o maior estádio do mundo (hoje transformado em um anão disforme, pela europeização do nosso futebol). O público, 97.908, comum para aquela época. O Fluminense jogaria com Félix, Toninho, Silveira, Edinho e Marco Antônio; Zé Mário (Carlos Alberto Torres), Paulo César Caju e Rivelino; Gil, Manfrini e Zé Roberto (Cléber). Seu técnico era Didi. O Internacional, com Manga, Valdir, Figueroa, Hermínio e Chico Fraga; Caçapava, Paulo César Carpegiani e Falcão; Valdomiro (Jair), Flávio e Lula. Seu técnico era Rubens Minelli. À frente da modesta televisão, meu pai, torcedor ferrenho do Galícia, e eu, filho único, torcedor do então grande Bahia, para desgosto dele (em um tempo onde os filhos ainda se preocupavam em agradar os pais, cansei de dar apoio a ele em jogos do Galícia na Fonte Nova). Torcíamos para que o Inter derrubasse a “Máquina” em pleno Maracanã. Eu, confesso, morria de medo do Fluminense e não tinha muita fé. Perguntava ao meu pai se o Inter conseguiria tal façanha, e ele, olhando para mim sorrindo, sabendo tudo de futebol, dizia: “fácil, fácil, vai dar Inter”. E foi o que vimos. Um jogo maravilhoso, de pura técnica, onde o Inter parecia não tomar conhecimento do grandioso Flu. Não o enfrentava de igual para igual, mas o superav e o envolvia em jogadas imortais. Prendia-o com uma tática magnífica. Uma defesa onde Figueroa reinava absoluto. Um meio campo espetacular (Falcão e Carpegiani!) e um ataque "matador". Coisa de filme. Lula fez 1x0 aos 33 minutos do primeiro tempo. O Inter mandava e desmandava, embora o Flu, também recheado de craques, jogasse bem. Desmontava calmamente a letal “Máquina” com uma precisão impressionante. Carpegiani marcou 2x0 aos 29 do segundo tempo e despachou um grandioso rival de uma vez por todas.

A partir desse dia passei a acompanhar de verdade futebol. Passei até a ler a revista Placar (a verdadeira) toda semana. Os jogos que me afastaram do futebol eu nem me lembro, tantos que foram nos últimos anos. Na outra semifinal, o Cruzeiro, que tinha também um time épico (seria campeão da Libertadores de 1976) ganhava do maior time que o Santa Cruz já teve, por 3x2, em Recife. No dia 14 de dezembro de 1975, o Inter sagrou-se campeão ao ganhar de 1x0 d0 Cruzeiro no Beira Rio, gol de Figueroa aos 11 minutos do segundo tempo. Essa seria a última partida que eu e meu pai veríamos juntos. Pouco mais de três meses depois, ele faleceria na data de 15 de março de 1976, há exatos 35 anos atrás. No atestado de óbito, edema pulmonar por falência cardíaca. Típica e frequente saída que os médicos usam até hoje quando são incapazes, ou mesmo incompetentes, de descobrir o que matou o paciente.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A menina.


Há alguns anos, neste mesmo dia, em uma cidadezinha do interior de Pernambuco, nascia uma menina. Loirinha, linda, sem igual. Caçula de uma prole de oito, deveria ter todas as preferências e mimos como é normal aos caçulas em qualquer família, embora não tenha sido assim. Mas a menina era obediente, calma, respeitava sempre aos bons pais e nunca se recusou a carregar fardos e pegar no pesado. Nem nunca exigiu nada deles. Assim faz até hoje. Gostava de brincar de bonecas, uma das quais, uma bonequinha de plástico que chamava “buchudinha” e lhe foi escondida por uma colega. Às vezes se entretinha tanto brincando que esquecia a refeição, que a mãe guardava com paciência. Foi crescendo, manteve-se sempre obediente, mas sempre feliz e sempre sorridente, parecendo um raio de sol (desculpem aqui o clichê). A asma crônica não parecia (nem consegue até hoje) parar nunca o foguetinho louro. Quis o destino que viesse para Salvador. Nessa cidade, acabou casando e tendo um filho maravilhoso. Seus instintos cuidadosos sempre levam a tomar conta do esposo e do filho, mesmo nos dias em que está turrona, pois seu enorme coração e sua boa alma jamais foram reflexos de tudo que às vezes exprime, para quem bem lhe conhece. As responsabilidades que teve que assumir e as doenças como inúmeras, precoces e inexplicáveis hérnias de disco e problemas de visão não a fazem mais sorrir sempre. Mas também são incapazes de parar ou reduzir seu ritmo alucinante e sua força, embora às vezes ela até pense que possam. Continua viajando pelo espaço da vida de forma útil, íntegra e honrada, sempre se preocupando com o bem estar dos outros, meu foguetinho louro. Chega onde não fui nem serei mais capaz de chegar. Faz nosso filhinho voar ainda mais longe. Amo você, mais do que nunca e para sempre.

OS: Essa é a minha visão dela. Qualquer coisa que não a tenha agradado, eu assumo e peço gentis desculpas.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dilma, o salário mínimo, o falso congresso e o país mais burro do mundo.

Nessa semana que passou, fomos surpreendidos pela atitude da presidente Dilma ao enquadrar o PMDB, frear as irresponsáveis subidas do SM e de quebra veicular os reajustes do SM exclusivamente ao executivo. Esperneiam boa parte dos distintos deputados (mais de “mentirinha” conveniente que de convicção ideológica) e o STF, chamando a atitude de inconstitucional. Aécio Neves (ora, quem...) a chama de autoritária. Crítico contumaz de FHC, Lula e da própria Dilma, é de pasmar minha opinião de apoio total a essa medida, sem medo de me expor (pois coragem é o que falta entre os que querem “tirar onda” de bonzinhos e liberais) e às gratas surpresas que venho tendo com uma presidente que não faz muita questão de papagaiadas, índices de popularidade, conchava menos, tem coragem e não se preocupa sempre em jogar para a platéia. Se isso é autoritarismo, as centrais sindicais infestadas de raposas que aprendam a ter responsabilidade e os corruptos que infestam o congresso que aprendam a governar. Como disse Fernando Rodrigues na Folha, “ Dilma Rousseff começa seu mandato com mais poder real sobre os congressistas do que os seus dois antecessores imediatos, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).” Lula parece que não vai influenciar tanto o seu mandato como pensei e pensavam, assim espero, uma vez que ele nunca governou nem sabe o que é trabalhar mesmo. Deixo claro, entretanto, que não sou dilmista nem coisíssima alguma em se tratando dessa podre política. Tampouco Dilma está bem longe da perfeição e da pureza. E começo a acreditar que Serra não seria mesmo uma opção melhor. Queiram os céus que Dilma não traga grandes decepções e assim se mantenha.

Mas, por que minha aparente implicância com o SM? Na verdade me baseio nas seguintes e claríssimas constatações: 1- Não foi o SM que melhorou a situação de pobre algum, mas sim a ilusão do crédito fácil e as bolsas pobreza. 2- As subidas do SM estavam sendo usadas como queda de braço entre um congresso contra o executivo, com aumentos desproporcionais e fora da realidade, já que os salários da classe média não subiam ou subiam miseravelmente. O governo Lula aprovava pois este é aficionado com sua popularidade e quer voltar ao planalto. 3- A cada subida do SM, o desemprego aumenta e não é possível que ninguém tenha notado que o número de atendentes em lojas e mercados se reduz drasticamente bem como os preços de gêneros alimentícios disparam, especialmente a carne e laticínios, artigos de luxo que se tornaram. 4- As irresponsáveis subidas do SM vinham freando a subida dos demais salários (exceto o dos nobres congressistas e do STF) e sendo repassados, é óbvio, aos preços das mercadorias, de forma que o “made in China” foi adotado por todas as marcas de nome, o que levaria o país cada vez mais a perda de competitividade e ao “knock out” das pequenas e médias empresas (vejam bem que condeno as condições degradantes às quais são submetidos os trabalhadores chineses – não é isso que defendo aqui, que fique bem entendido). Se o círculo vicioso do SM continua para sempre, onde as coisas iam parar? Em uma simples projeção matemática, professores universitários e outros profissionais de nível superior, em cerca de 10 a 15 anos, estariam ganhando SM.

E o congresso? O que dizer de deputados e senadores que votam contra a presidente do seu próprio partido ou que fazem parte da base do governo? Que raios de sistema legislativo é esse, inconcebível e ininteligível em qualquer outro país, onde o partido do presidente governa contra ele? Hora, o mesmo sistema legislativo, com componentes eleitos por pessoas que em sua maioria só sabem o que são jornais e revistas quando estes fazem às vezes de papel higiênico. É o mesmo sistema legislativo que concebeu (ou melhor, pariu) burramente pérolas de leis tais como: 1- Definição imprecisa e esdrúxula de diversos crimes, como o infanticídio. 2- Apoio irrestrito a devedores e vagabundos, dificultando ações de despejo contra caloteiros e fomentando a dívida consciente de pais de estudantes, levando à falência de escolas. 3- Apoio à vagabundagem de filhos, de maneira que um desempregado de 70 anos pode agora receber pensão de um pai de 90 anos. 4- Forçar velhinhos a pagar PJ aos netos pelos seus filhos irresponsáveis, de forma que dentro em pouco ninguém mais vai querer filhos homens. 5- Manutenção de um sistema absurdo de pensões vitalícias para viúvas, coisa que inexiste em outros países. 6- Uniformização de crimes sexuais sob o termo “estupro”; cabe a pergunta: quem foi bolinada(o) ou beijada(o) a força foi estuprado? 7- Lei sobre a doação de órgãos, que terminou caindo meses depois. De fato, um Tiririca a mais ou amenos não vai fazer diferença em um congresso como esse. Aliás, o congresso é a cara dele e também do Al Capone.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Menino.


Nesse mesmo dia, há anos passados, nascia um menino. Menino como qualquer outro, destinado a ser qualquer um. Morava em uma ruazinha pobre em um pobre bairro incrustado no centro de uma capital brasileira. Mas era feliz. Podia brincar na rua com seus inúmeros amigos que jamais veria de novo quando crescesse. Por ter sido filho único, teve condições de estudar em um dos melhores colégios. Mas aí na escola vivia maus momentos por ser gordo e ter uma aparência esquisita, usando feios óculos, ter a pele relativamente clara, mas os cabelos crespos. Aquilo que hoje passaria despercebido e seria condenado por todos como discriminatório, era prática comum o zombar de quem não obedecesse a certo padrão estético. Com poucas chances na vida, o menino acreditou que valia a pena estudar. Foi crescendo, sempre sendo o melhor da sua classe. “Todo menino é um rei, eu também já fui rei”, dizia a música. Aos 11 anos, após ter vivenciado a perda de tios e primos, sofreu um rude golpe que transformaria sua vida: perderia seu pai, grande amigo de ensinamentos, leituras, música e, não tanto quanto a mãe, de diversão. A causa foi uma doença nunca elucidada, de forma repentina. Teve que se mudar por duas vezes, continuando sua vida cada vez mais só, estudando e sendo o primeiro da classe. Acabou tendo infância, mas não teve adolescência. Só foi namorar com mais de 20 anos. Cursou duas faculdades. Jamais fez sequer uma final. Se com 7 e 8 anos já vivia lendo enciclopédias de animais, Monteiro Lobato e a obra completa dos irmãos Grimm, com 11 a 14, além dos inseparáveis quadrinhos, já lia Bocaccio, Dante, Dostoiévski, Balzac, Dickens, etc., além de vários escritores nacionais, como quase toda a obra de Jorge Amado. Aos 24 anos, já ensinava na faculdade. Só sabia apreciar uma música, a erudita. Sua mãe foi seu sustentáculo por quase toda a vida. Ia envelhecendo. Namorava pouco, por força da timidez e da aparência desajeitada e mal vestida e bebia tanto quanto estudava. Foi católico e depois ateu. Fez mestrado e doutorado em um tempo em que esses títulos não eram para qualquer técnico de laboratório ou compilador de livros e artigos. Mais tarde, seria evangélico, largaria a bebida e casaria com a mulher que mais amou e teria o filho que sempre sonhava ter. Um filho amigo e companheiro. Como nunca soube ganhar dinheiro, por sorte perdia pouco e tinha o suficiente. Mas sua frustração crescia cada vez mais profissionalmente, a ponto de detestar o que fazia. Perdeu a mãe, companheira de diversos sofrimentos. Tornou-se um fóssil vivo, cada vez mais só, embora contando com a esposa e o filho amados, sem objetivos profissionais, sem esperanças de progredir na vida, triste e deprimido, com humor flutuante, doente e incompreendido, entregue a medicamentos diversos e preso a um passado que não existirá nunca mais, incapaz de se adaptar aos costumes atuais e inversões de valores, ciente de que tudo o que estudou de nada valeu e pouco lhe contribuiu. Quase toda noite tem pesadelos, quando tinha bons sonhos. Dizem que às vezes volta à rua de sua infância e olha saudoso, com lágrimas nos olhos, para a janela do apartamentozinho pobre onde morou e foi feliz, em um prédio antigo que teima em existir. De menino precoce, assumiu uma velhice precoce. E assim é até agora, aguardando o fim dos seus tempos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Megamind!




Tanto Megamind quanto Toy Story 3 são fantásticos. Obviamente, como qualquer filme, principalmente desenhos, vão ter mesmo que conter alguns lugares comuns, como lições de vida, mas são bem vindas e até reflexivas em Megamind.

Toy Story 3 retoma a história 11 anos depois. Mantém a perfeição e a magia dos personagens. As tiradas continuam ótimas e a gozação com a metrossexualidade (sinceramente nunca vou entender o que seja isso) do boneco Ken é muito boa.

Mas, sem sombra de dúvidas, Megamind é um dos melhores desenhos que já vi. Para mim foi o melhor filme de 2010. Tem poucos lugares comuns, é completamente transgressor, cômico, de uma paródia mordaz com referências brilhantes a inúmeros super-heróis dos quadrinhos e uma história ótima.

Megamind (Megamente) nos mostra o que aconteceria a um super-vilão caso ele finalmente destruísse o seu super-herói arquiinimigo, no caso Metroman, de uma forma cômica. Ambos são alienígenas, numa referência espetacular a Superman (Metroman, aliás, é tão chato e presepeiro quanto Superman, mas ainda consegue ser mais exibicionista). A referência continua quando Megamind se disfarça do pai de Superman, com a cara de Marlon Brando. Enquanto a nave de um cai em uma família boa e rica (na Casa Branca), Megamind termina caindo em um presídio. Na verdade, Megamind termina como vilão como fruto da rejeição das pessoas (que seria de Hitler se fosse um grande pintor antes de tomar o poder na Alemanha?). Megamind faz questão de ser o típico vilão estereotipado, tendo até uma vestimenta e capa especialmente criadas. Com a queda de Metroman, sem seu inimigo para lutar (e quase sempre perder), Megamind termina se entediando, perdendo o objetivo principal da sua vida e se cansando da moleza com que consegue levar o caos, o terror e o banditismo à população. Vi muitos esportistas, aliás, perderem a graça quando perderam o desafio do seu eterno rival. Hollyfield definhou após derrotar Tyson, sua obsessão, por duas vezes. Alain Prost, após a morte de Senna, seu maior competidor e inimigo, chegou a declarar que o automobilismo tinha perdido o sentido para ele.

Megamind conta com um bom elenco, como Will Ferrell no papel de Megamind, Tina Fey como Rosana, e Brad Pitt como Metroman, além do emergente Jonah Hill (muito melhor que o seu companheiro em “Superbad”, o homem sem face do cinema, Michael Cera) como Titan. Titan, aliás, é a criação de Megamind para substituir Metroman após a sua morte, dando-lhe um adversário. O tiro sai pela culatra e aí temos a maior transgressão já vista em um desenho: o pretenso novo super-herói não quer nada com a luta contra o crime, mas sim bagunçar mais ainda. Megamind vai ter que lutar contra outro criminoso e viver o dilema se é bom ou mau. Nesse ponto, principalmente, está a grandiosidade do filme, mostrando que nenhum mortal é completamente bom ou mal. E o principal pivô da discórdia, imaginem, é uma mulher (e nem é uma daquelas musas), a repórter Rosana, com o filme gozando com todo o poder de controle que a mulher exerce sobre os homens e sobre o mundo, só por ser... mulher! A segunda maior tirada do filme surge quando Megamind sofre uma derrota para Titan e exclama para ele, alegremente, que agora era a hora em que o herói mandava o vilão para a cadeia. Titan lhe responde que agora era a hora de enviá-lo para o necrotério... A primeira grande tirada é o mote (gozação com Obama) estampado na cidade por Megamind, que passa a ser um dos meus favoritos: “No, you can’t!”

A trilha sonora cai como uma luva, com direito a ressuscitar em grande estilo músicas do Guns n’Roses e de Michael Jackson. Apesar da crítica ter caído de amores pelo também excelente Toy Story 3, ouso preferir Megamind, que me surpreendeu até mais que o primeiro Shrek (dos mesmos criadores) e bate em sátira o bom “Os Incríveis”. Aliás, não estou ligando muito para indicações da crítica e altos índices no IMDB. Principalmente porque o aclamado “Scott Pilgrim” achei uma babaquice sem limites, com um enredo simplesmente ridículo, onde um bando de otários disputa uma promíscua trubufu, que mais parece oligofrênica grave, em lutas patéticas. Seria infantil, não fosse a insistência atual do cinema e da mídia em agradar e fisgar a audiência dos GLS (aos “enchedores de saco” de plantão: não faço aqui nenhum comentário pejorativo ou preconceituoso a essa turma, por favor), influenciando alguns jovens de cabeça oca. Os atores são horrorosos e mais uma vez Michael Cera faz jus ao sobrenome, pois é de fato feito de cera. Tem a mesma expressão e falta de entonação e emoção em todos os filmes que faz. Não sei como chegou tão longe. Nem tenho a mínima vontade de conhecer os tais quadrinhos e o famigerado jogo em que se baseou “Scott Pilgrim”. A única coisa que transgrediu foi minha paciência.

No, you can’t!