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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os Bórgia: a série, corrupção no papado e quem seria a besta do apocalipse.


Pela primeira vez no blog falo de uma série. Porque ela, pelo menos no episódio piloto, promete ser uma das melhores de todos os tempos, estando com avaliação de 9,3 no famoso site referência de qualquer cinéfilo, o imdb.com. A série é simplesmente excelente, com cenário perfeito, atores muito bons, com destaque para o grande Jeremy Irons, um ator de peso, um dos meus prefridos, que merecia ser resgatado aos holofotes e sob boa direção, mostrando e esbanjando todo o seu talento e sua capacidade interpretativa como Rodrigo Bórgia, que se tornaria o papa Alexandre VI, em meio a grande corrupção, com compra de votos, favorecimentos e, posteriormente, assassinatos vis. O papa espanhol tinha em seus filhos(!), Cesare Bórgia (mundano, promíscuo e cúmplice de asassinatos, nomeado por ele como cardeal, pasmem) e Juan Bórgia seus braços direitos na execução dos seus malévolos planos. Sua filha, Lucrécia Bórgia (interpretada pela jovem Holliday Grainger, que vai ter uma responsabilidade imensa pela fente e pode ser o ponto fraco da série, a julgar pela atuação até agora apagada), tornou-se, paradoxalmente, o mais famoso historicamente dos Bórgia, por ser uma mulher envolvida em diversos assassinatos de maridos, incesto e devassidões (exageradas, a bem da verdade, graças à peça escrita por Vitor Hugo e às sátiras de Filolia, escritor patrocinado pelos Orsini, principais inimigos dos Bórgia).

A série já começa mostrando tudo isso, começa “matadora” como diriam os jovens. O papa não apenas se contentava com a mãe dos filhos, como também tornou-se amante da jovem Giulia Farnese (interpretada por Lotte Verbeek), que teria influência enorme na formação corrupta de Lucrécia. Alexandre VI para se manter no poder, diante de tamanha corrupção, aumenta o número de cardeais em 13, para poder, por nomeá-los, manipulá-los. Parece que fez escola para muitos presidentes brasileiros...

Quem tiver interesse na vida dos papas, pode encontrar material em diversos livros históricos, e em livros como “A Vida Sexual dos Papas” de Nigel Cawthorne e “A História Revelada dos Papas” da editora Larousse , “História dos Papas: Santidade e Poder” de Luis Tomas Melgar, “A História Secreta dos Papas” de Brenda Ralph Lewis e outros mais, ou, se preferir algo menos sofisticado, http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_papas_sexualmente_ativos.

Algumas frases impagáveis do episódio:

1)“Vocês lutarão como cães, sobre esse corpo que deixo, pelo trono de São Pedro (...) que maculamos com nossa luxúria e cobiça.” (papa Inocêncio VIII, moribundo papa antecessor, que já tivera dois filhos antes de entrar para o clero, tendo praticado nepotismo).
2)”À noite sou o que quero ser, duarante o dia sou clérigo.” (Cesare Bórgia, após sair da cama de uma de suas inúmeras amantes).
3)”Se fracassarmos na primeira votação, vou enviar uma mensagem nas asas de uma pomba com os nomes dos cardeais que precisam de persuasão, com propriedades, benefícios, e, se necessário, de ouro.” (Rodrigo Bórgia, que seria mais tarde eleito papa subindo de 4 votos na primeira eleição, para 14 na última...).
4)”Voto de pobreza? Deus me livre!” (Rodrigo Bórgia, já como papa Alexandre VI, ao ser inquirido pela mãe de seus filhos se, por pretender fazer voto de castidade – que nunca cumpriu, é claro - faria também voto de pobreza, tanto que mandou construir um novo trono laminado de ouro e incrustar de ouro a carruagem dos seus filhos e da mãe deles). Inspirou diversos sacerdotes das mais diversas religiões. Alguns parecem ter feito voto de RIQUEZA e prosperidade (e ainda têm cara de pau de blasfemar dizendo qeu o que receberam foi de Deus e não do dízimo e gordas ofertas dos ignorantes fiéis, com a mente mais lavada que lençol de hotel 5 estrelas)...
5)” Temos que ligar nossos inimigos a nós. Tornando-os nossos amigos.” (papa Alexandre VI, e não FHC ou Lula, como podería o leitor confundir).
6)” Se você alguma vez encontrar-se na necessidade de conforto espiritual na sua solidão, não deve ter receio de se beneficiar disso.” (papa Alexandre VI àquela que em pouco tempo se tornaria sua amante, Giulia Farnese, referindo-se à passagem secreta do palácio do falecido cardeal Orsini, apropriado por ele e dado como exílio, entenda-se luxuosa moradia, a ela; Giulia lhe responderia que a passagem era de duas vias, convidando-o para, digamos, “atividades de quarto fechado”).

Mas o que isso teria a ver com a besta do apocalipse? Segundo algumas religiões cristãs protestantes, temos os seguinte:

1- Conforme a Bíblia, em Daniel 7, uma besta se ergueria com dez chifres e “os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá três reis.” A relação é feita com o papado, que surgiu após a derrotar os Ostrogodos, os Vândalos e os Hérulos, 3 das 10 tribos que se estabeleceram com as invasões bárbaras. Ainda temos que o chifre “proferirá palavras contra o Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei...", coisa que, segundo alguns protestantes, a igreja católica fez, ao introduzir livros apócrifos na Bíblia, mudar os mandamentos na catequese e promulgar o papa como não só representante de Jesus Cristo, mas o próprio em carne e autoridade.
2- O livro de Apocalipse cita que a besta seria ferida de morte, o que aconteceria com a prisão do papa por Napoleão e a dissolução do Vaticano como soberano, mas essa ferida seria curada, o que teria acontecido com o tratado de Latrão assinado por Mussolini, dando soberania ao Vaticano.

Deixo as conclusões disso com o leitor. Apenas lembro que o mal, o diabo, esconde-se onde seria mais insuspeito. Desde já confirmo que não pretendo criar polêmica nem desrespeitar religião nenhuma neste blog, apenas veiculando informações e opiniões existentes e fartamente encontradas em livros e na internet.

4 comentários:

Anônimo disse...

Essa eu não perco! Disseram que o mundo só seria livre quando se enforcasse o último rei nas tripas do último padre. Prefiro ampliar a versão: o homem só será livre quando se enforcar o último político nas tripas do último sacerdote, seja lá de que droga de religião for.

De anônimo nietschiano.

Anônimo disse...

Sergão,ótimo comentário, onde passará a tal série, que canal é tv aberta ou fechada. um abraço robson luiz.

Sérgio Ricardo disse...

Robson, dê uma ligada para mim que te passo os detalhes.

Amigo nietschiano, concordo em parte com você. Mas não abro mão de estar com Deus.

Sérgio Ricardo disse...

Só completando. Deus transcende tudo isso. Ai daqueles que usam o seu nome para tirar vantagem social, econômica, política, etc.

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