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quarta-feira, 17 de março de 2010

Às vezes eles voltam (ou: Por que votam neles?).

Como é de praxe na maioria das postagens, usurpo mais um título de filme, desta feita um bom filme de terror das antigas, baseado em conto de Stephen King. Com isso, faço mais uma analogia política.

Por que eles voltam? Por que votam neles? O caso recente do ex-governador e gatuno Arruda é emblemático. Arruda já havia deixado de ser senador, por violar o sigilo do senado (e ACM também), e voltou eleito pelo povo como governador de Brasília. Diversos políticos reconhecidamente suspeitos ganharam eleições e retornaram em grande estilo: ACM, Palocci, Collor, Maluf, etc. Como cães que voltam ao vômito, muitos deles, senão quase todos, voltam às práticas antigas. E continuam sendo votados. As teorias que esse blogueiro levanta para esse efeito nocivo perpetrado pelo próprio povo, muito embora eu não seja sociólogo, psicólogo nem analista político, são as seguintes:

1- Muitos votam por ignorância. Em um país onde as revistas e os livros são os mais caras do mundo, não se espera mesmo bom nível cultural de sua população. Por isso interessa aos políticos a falta de controle da natalidade, a pobreza extrema e as escolas públicas ruins (ou melhor, péssimas, já que ruins são aquelas consideradas erroneamente boas em nosso país). É massa anárquica e manipulável que vais se formando.

2- Outros votam por coerção de currais eleitorais, onde o voto é vendido e cobrado. A coisa funciona assim: o político sabe de que região da cidade (geralmente cidades pequenas do interior) vem tal quantidade de votos. Se não bate com o que o político esperava, a população daquele setor ou bairro sofre retaliações e negligências.

3- Mas a maioria mesmo vota por defeito de caráter. Votam em candidatos corruptos porque vêm neles uma versão hipertrofiada da própria personalidade. Votam neles por troca de favores ou por extremo individualismo, achando que receberão cargos e vantagens. Isso é lamentável, pois me deixa desesperançoso quanto ao futuro do nosso país. Somos um país onde a maioria da população é corrupta ou pretende ser, como sonho acariciado diuturnamente. O exemplo que vem de cima é dos piores. Aqui em Salvador, pasmem, são vendidos atestados médicos para abonar faltas de trabalhadores ou para permitir segundas chamadas de provas de estudantes na rua mesmo. Já cheguei a presenciar um paciente que se recusava a receber um transplante de fígado (e consequentemente se condenava à morte lenta) para não perder o auxílio doença da previdência.

No filme “Às vezes eles voltam”, pessoas malignas mortas retornavam para assombrar o protagonista. No nosso país, sempre eles voltam com o apoio do microcosmo corrupto da população. Voltam para roubar, massacrar a classe média, encher os bolsos com nosso dinheiro e vender favores e licitações. Até mesmo os mortos voltam na figura de descendentes ou de fantoches políticos. Às vezes eles voltam... E quase como é de praxe, sangram. Sangram o país, é claro.

3 comentários:

Dr. Livigstone Tavares disse...

Só senti falta de ouvir o nome de um corrupto pernambucano, já que temos tantos. Poderia ter adicionado o ex-presidente do Congresso Nacional, o pernambucano Severino Cavalcanti, que ainda possui grande domínio político aqui em Pernambuco. Nomes não faltam, nesse caso o rol é sempre exemplificativo nunca taxativo.

Sérgio Ricardo disse...

Bem lembrado. Você já adicionou na lembrança. Mas eles são tantos que é compreeensível a falta. E também tem o Inocêncio (ou Culpadêncio?). Um típico dono de curral eleitoral pernambucano. Aqui na Bahia, nomes não faltam. Existem prefeitos que se perpetuam no poder através da família. E, não contentes, ainda se tentaculizam para as cidades vizinhas.

Dr. Livigstone Tavares disse...

O interior tem sido a faculdade dos Deputados. Eu que sempre morei no interior já pude perceber até que nível as coisas podem chegar sem haver qualquer atitude por parte da Justiça a fim de intervir. Em Lajedo, no pleito de 2004, todos os funcionários contratados, após receberem o pagamento, deveriam ir a respectiva secretária e “ofertar” 10% do seu salário. Eu na época, era contratado, fazia minhas “doações” com medo de perder o emprego. Nada mais vergonhoso do que ver tal situação e ser obrigado a subsidiar a campanha de um ladrão, pois em verdade é isso que esses políticos todos são. Parabéns pelo post.

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