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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Meu Pequeno Paraíso (ou: Um mundo sem oposição).

Este é o sonho de todo político. O título, tomado mais uma vez de um filme, tem o termo “pequeno” aplicado somente no modo como tratam nosso povo e nosso país, que se torna pequeno mesmo. Pequeno de espírito, de educação, de lutas, de causas, de caráter e de honestidade. E parece que o sonho vem se tronando realidade no caso do nosso “ilustre” presidente viajante.

Não sou propriamente fã de Diogo Mainardi. Mas a gang lulista não se dá ao trabalho de desmenti-lo, pois o pior é que não consegue. Mainardi chegou ao cúmulo de prever o escândalo da telefônica com meses de antecipação. Ninguém fez nada e o nosso digníssimo presidente sancionou descaradamente a conhecida compra. Na Itália, os responsáveis estão presos. É típico de um regime político desqualificar os meios de imprensa que lhe fazem oposição, como se isso fosse proibido. O pior é que este recurso ordinário e pobre funciona muito bem, conforme podem atestar os psicólogos. Ainda mais se os meios de comunicação e os repórteres já cometeram atos falhos e parciais, como é o caso da Veja e da Istoé. E de muitos outros veículos de comunicação. A Carta Capital, outrora excelente revista (que de carta só tem o nome do dono e de capital, deixa para lá) é completa e notoriamente a favor do governo. Mas a pergunta que não cala é: por que não desmentem as acusações? Ficam somente com evasivas desqualificando e apedrejando as fontes? E o mensalão? Um governo não ter uma oposição intelectualmente atuante é extremamente preocupante (ainda mais quando essa oposição política, em sua maioria, tem o rabo preso e um passado nefasto). Não é preciso lembrar ninguém dos riscos históricos disso. Até Caetano foi massacrado porque falou mal de Lula, inclusive no meio acadêmico. E se ele falasse mal de outros presidentes anteriores? Seria crucificado também? Todo artista tem que ser hoje favorável ao governo?

Por que será que testemunhas importantes do mensalão mudaram de idéia da noite para o dia? O governo tem duas estratégias que vêm se tornando infalíveis: cooptar adversários a poder de cargos e dinheiro é uma delas. Vide o “ilustre” Mangabeira Unger, de passado conceituado (chegou mesmo a ser professor de Barack Obama e é considerado um bom filósofo de idéias radicais no exterior) que disse que o governo atual era o mais corrupto de toda a história do país e ganhou um cargo de ministro de Lula e pediu publicamente desculpas de forma humilhante. O que Unger dissera antes de ser nomeado foi exatamente isso: “Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos.”

Como o ministério doado a ele foi vetado, Lula criou para ele uma secretaria (ou melhor, mudou o nome, simplesmente): a Secretaria de Assuntos Estratégicos (???). Unger deixou a secretaria que só fez manchar o seu currículo (o cargo atual é de Samuel Pinheiro Guimarães) com a desculpa do presidente de que ele teria que retomar seu cargo de professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Mangabeira não teria conseguido ampliar a licença com a Universidade Harvard. Ou o fato é mesmo verdadeiro, ou as nossas universidades federais são muito boazinhas em comparação com a “inflexível” Harvard, já que aqui alguns professores a toda hora se licenciam e ampliam sua licença para fazer pesquisas (algumas de êxito e qualidade duvidosos), pós-isso e pós-aquilo no exterior. Passam mais da metade do tempo de trabalho efetivo fora da universidade e quando se aposentam, mal deram aulas. Vai ver nossas universidades são muito melhores que a Harvard e podem fazer isso.

A outra estratégia é criar uma blindagem efetiva de capangas dispostos a ir para a forca pelo grande líder (ameaças? recompensas?) e fecharem o bico. A lista é grande e qualquer pessoa que tenha o mínimo de informação e a mente não lavada conhece.

Na época dos horrorosos FHC e Sarney, todo mundo metia o pau. Agora, todo mundo briga a favor do presidente, que tem nas mãos até, pasmem, a UNE. Até o badalado programa CQC sai metralhando todo mundo, mas poupa Lula de forma suspeita. Têm medo ou foram também cooptados? Não costumo ver o programa, mas há duas semanas ficou claro quando vi por acaso uma repórter fustigando os nossos péssimos senadores (o que é certo), mas cantando toda hora os índices de popularidade de Lula. Ora, todo mundo teme brigar e perder votos ou audiência tendo em vista os índices de popularidade do eterno viajante. Até o “cozinheiro” Serra, que mantém razoável vantagem sobre Dilma. Bater em quem toma cacetada de todos os lados é fácil. Ser unanimidade é cômodo. Sou a favor de que haja sempre oposição consciente a qualquer governo. Quando não existir mais, será o fim.

PS: Só espero que me deixem em paz por escrever isso, já que a atitude policialesca e antidemocrática da internet é forte a favor do “hômi”, agredindo de maneira cruel e deselegante quem contra tamanho “semideus impoluto” se ergue.

3 comentários:

Anônimo disse...

De Jânio: bem colocado. Poucos têm coragem de ir contra a raposa cachaceira. Também faço parte da minoria que não ficou cega com esse apedeuta. E que Mangabesta queime no inferno pela idiotice de ter dado ré no que falou! Covarde! Fraco!

Sérgio Ricardo disse...

Valeu Jânio. Não têm coragem pelas razões que eu coloquei e também porque querem mamar.

Dr. Livigstone Tavares disse...

Em breve alguém chegará aqui nos comentários cantando: "bota essa estrela no peito, não tenha medo ou pudor...". Na verdade isso não vai acontecer, pq Lula é maior que o PT. Não há petistas e sim lulistas. Infelizmente tudo que foi escrito no blog é a mais pura expressão da realidade política brasileira. Claro que não é tudo, a bem mais nefastidão do que as que o senhor pode citar. A blindagem de Lula, e o favorecimento se da pelos meios de comunicação de grande escala, a mídia das massas não tem coragem de tocar em lula. A assossiação com a imagem de Lula apenas traz prestígio e arregimenta pessoas. Devido a esse fenômeno, governos municipais, jornais locais, e demais espécies de âmbito não local, mas sim nacional, todos querem um foto ao lado de Lula. Nunca antes na história desse país se tinha visto um golpe tão duro a honestidade.

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